Valquíria Salinas

Valquíria Salinas é cristã evangélica, com vasta formação na Psicologia e áreas correlatas. Faz um sólido trabalho de aconselhamento e apoio ao lado de seu marido e pastor. Traz para o público evangélico, de forma clara e simples, temas e abordagens do aspecto psicológico do ser humano e sua relação espiritual com Deus, tudo de forma clara, simples e direta. Seja para adolescentes e jovens, para mulheres, casais ou família, no templo, no acampamento ou em empresas, a Psicóloga Valquíria Salinas fala sem achismos. Tem experiência de 16 anos de atendimento diário em seu consultório de psicologia, atuou em 2 Hospitais Psiquiátricos e foi voluntária no SOS - para recuperação de drogados e alcoólatras – durante 5 anos. Está à frente do Culto Regional de Mulheres, que reúne cerca de 3 mil mulheres mensalmente, na Assembleia de Deus na cidade de Sorocaba-SP.

 

Carência

Todos nós em algum momento de nossas vidas sentimos a necessidade do olhar de outro indivíduo voltados para nós mesmos, afinal, constantemente nos sentimos carentes, porém quando a vida começa a ser prejudicada pela carência, isso se torna um problema e faz-se necessário procurar a ajuda de um profissional.

As pessoas carentes normalmente choram com muita facilidade, sentem que não são amadas e algumas vezes tentam "comprar" as outras com presentes e recompensas, como forma de ter a atenção para sí, contudo vale ressaltar que na maior parte das vezes esse comportamento é inconsciente.

Uma das características de uma mulher carente é de ser “grudenta”, o que faz com que as pessoas do seu convívio se cansem e se afastem, conviver com uma pessoa carente é um grande desafio, esse comportamento faz com que o outro sinta-se exausto, tendo que dar atenção incessantemente como tentativa de suprir um imenso vazio causado pela carência, vazio esse que nunca é preenchido. 

A carência é desenvolvida durante a infância, até aproximadamente 7 anos de idade, trazendo consequências para toda a vida, a ausência do olhar, da aprovação e da demonstração de afetos dos pais, por exemplo, torna a criança carente, podendo transmitir sinais como: birras, arremesso de objetos, comportamentos agressivos, entre outros.

Antes de se colocar a criança de castigo os pais precisam observar o motivo desses comportamentos da criança, se este for identificado como carência por conta da ausência dos pais (o que não ocorre em todos os casos), tanto o quadro de carência, como o comportamento só irão piorar ao castigar.

Já a carência em relação aos adolescentes é algo que precisa ser manejado com muito cuidado, pois o adolescente necessita sentir o afeto de seus pais, porém sem ser sufocado, tratando-se de uma linha tênue entre as duas coisas. Um abraço e um beijo quando chega do colégio, à noite, já é o suficiente para que o adolescente sinta-se amado e seguro. Pais carentes e sufocantes também afastam seus filhos ao invés de aproximá-los.

Vale salientar que pessoas carentes adquirem tendências impulsivas, tomando atitudes precipitadas constantemente. Um bom exemplo para isso, é a garota que “cai no papo” de rapazes mal intencionados facilmente, sendo assim constantemente enganada.

As pessoas carentes patologicamente apresentam um comportamento extremo, sendo prejudicial não só para si mesmas, como para os que estão próximos. Como exemplo disso, certa vez uma mulher muito carente, cujo marido não se lembrou de seu aniversário, tomou altas doses de remédios, tentando suicídio como forma de chamar a atenção. Antes de tomar os medicamentos escreveu uma carta dizendo que estava triste e iria se suicidar, tomou banho, colocou uma lingerie nova, se perfumou e finalizou a carta dizendo que a culpa era do marido.

Após isso, durante os atendimentos psicológicos, ela me relatou esse triste acontecido com “prazer”, afinal o marido ficou desesperado, obtendo assim a atenção dele, inclusive dentro do hospital no qual ela precisou ser internada. Vale lembrar que esse é um caso extremo, tratando-se de uma carência patológica grave.

O indivíduo com carência pode apresentar psicopatologias graves, tais como: transtorno bipolar, transtorno de personalidade Boderlaine, personalidade Histriônica, entre outros.

São observadas que as pessoas que sofreram privações de carinho e afeto durante a infância tornam-se mais carentes e tendem a ser mais infelizes, solitárias, com maior disposição para o estresse e a depressão. Todavia é importante esclarecer que existem indivíduos (mesmo sendo uma minoria), que mesmo sofrendo na infância, são portadores de uma enorme força interna que ajuda a enfrentar tais problemas durante a vida, não apresentando tal quadro negativo.

Não é saúdavel você forçar alguém a estar com você, pois o que acaba ocorrendo geralmente é o contrário, você acaba afastando o outro. Dito isso, é importante lembrar que NÃO HÁ problema em compartilhar com alguém próximo (marido, namorado etc..) que você está carente, pelo contrário, é muito importante que isso seja feito para que o outro possa te amparar e acolher, deixando o ambiente mais confortável, seguro e por fim, evitando que uma carência leve, alcance patamares problemáticos e doentis.

Se você identifica-se com o que está lendo é importante buscar a ajuda de um profissional da área da psicologia para fazer um psicodiagnóstico e concretizar um tratamento, caso seja necessário. Meu desejo é que você, ao ser tratada, possa se sentir melhor e mais feliz com você mesma, pois pode ser que você tenha vivido uma situação difícil em sua infância, vivido a rejeição, ou até mesmo o abandono familiar, tornando-a carente patológica.

Porém, existe um Deus que nunca te abandonou e que te amou primeiro sem pedir nada em troca, buscar nas pessoas a solução para sua carência poderá ser algo frustrante, afinal todo ser humano é falho. Por isso busque em Deus, Ele é o único que poderá preencher o vazio do seu interior e nunca te decepcionará, Jesus nunca deixou de olhar para você com olhar de aceitação.

Dê carinho! Mesmo se você não recebeu, dê carinho. A capacidade de transmitir afeto ao outro, sem esperar nada em troca, te edifíca como ser humano e faz com que seu sentimento de carência diminua, afeto gera afeto e faz com que você passe a ter uma vida psíquica muito mais saudável e feliz. “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” Marcos 12.31.

valquiriaBeijo no coração minha linda!

Valquíria Salinas 


*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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