Você é ou conhece alguém que tem o hábito de adiar as coisas? Que diz: “amanhã eu faço minha tarefa”? E no dia seguinte acaba não fazendo?
A pessoa que procrastina deixa para depois algo que realmente é importante e que poderia ser feito hoje. É bem verdade que a maioria dos que procrastinam, em algum momento de suas vidas se encontram desorganizados. São poucas as pessoas que são bem organizadas e produtivas, que não deixam uma tarefa para depois. O conceito de procrastinação pode ser definido como “adiamento de uma tarefa de forma voluntária, mesmo que isso possa trazer consequências negativas”. É importante entender que o procrastinador não é uma a pessoa que não quer executar a tarefa por preguiça, mas por dificuldades em controlar as emoções, ligadas a uma tarefa em que pode estar sendo vista como negativa. Segundo a revista cientifica “Social and Personality Compass”, a procrastinação é causada por uma falha na auto regulação e na regulação emocional. Ou seja, existem tarefas que nos causam mau humor e temos a tendência a remediá-las, para sentirmos prazer. O que fica claro que a procrastinação não é uma preguiça.
Procrastinar é um hábito, não um evento isolado. Já o procrastinador geralmente é uma pessoa que faz muitas tarefas, e como já disse: procrastina outras, mesmo que por um desejo inconsciente, porém algumas faz com muita tranquilidade. Diferente do preguiçoso que não executa e não trabalha, é preguiçoso com tudo.
O “deixar para amanhã” diz sobre o atraso de tarefas ou decisões, trazendo um sofrimento psicológico significativo, no qual a pessoa possui crenças negativas sobre si mesmo.
O ato de procrastinar impede com que a pessoa venha executar as suas tarefas, podendo se tornar prejudicial, não só pela não execução da tarefa em si, como também pelas consequências de não a realizar, por exemplo: impactos físicos, na qual o indivíduo acaba somatizando, com dores de estômago, dores de cabeça, e, às vezes, até confusão mental. Tudo isso se dá de forma inconsciente, tornando-se uma desculpa para não realizar, acarretando muitas vezes, em estresse e angústia. Em alguns casos, a pessoa pode estar sofrendo de algum transtorno mental como: fobia social, TOC, dificuldades no trabalho, problemas hormonais, anemias, ansiedade ou depressão.
Segundo Purs Steel, temos uma tendência a procrastinar devido ao princípio do prazer: quando não queremos fazer algo que exige mais esforço, mas sim, algo que nos dá prazer de forma imediata. O que pode levar a procrastinação a um círculo vicioso.
Então, a procrastinação não é uma questão de preguiça como muitos acreditam, mas trata-se de uma regulação emocional (habilidades de administrar e lidar com as emoções). Existem atividades que são mais prazerosas para uma pessoa do que para outra, tudo é muito subjetivo. Por exemplo: um marido pode amar fazer compras no mercado, já outro pode não suportar, e como consequência acabar se esquecendo de passar no mercado para comprar o leite do seu filho. Esse processo pode ocorrer de forma inconsciente. Isso não quer dizer que o pai não ame seu filho, mas que apenas não gosta de ir ao mercado. Arriscando as vezes, que o leite acabe de madrugada, e tenha que sair para comprar.
São exemplos comuns de procrastinação: a pessoa que sempre diz que vai começar uma reeducação alimentar na segunda feira, come brigadeiro no domingo, e nunca começa; atividades de estudo, em que há um prazo determinado, e acaba sendo deixado para a última hora; a pessoa que quer ser uma pregadora e não estuda a Palavra de Deus; o indivíduo que está com problemas no relacionamento familiar e diz: “amanhã eu converso”, e nunca conversa, o que pode trazer sérias consequências para dinâmica familiar, por exemplo. Esse perfil de pessoa, tem uma tendência de sair do foco sem perceber, parando pra comer, assistir a um filme, arrumar o guarda-roupa, sai para caminhar, resolver dormir, em vez de realizar a tarefa.
Outra coisa que pode nos levar a deixar uma tarefa para depois, é o medo, a insegurança, ou até mesmo a dificuldade na execução. Dessa forma tudo vai ficando para amanhã, depois de amanhã, etc. Podendo muitas vezes, perder os prazos de execução. Os procrastinadores crônicos são aqueles que adiam as compras de Natal, Páscoa e outras datas comemorativas, precisando sair correndo minutos antes de fechar as lojas.
O perfil psicológico de pessoas procrastinadoras são aquelas que dizem: “Ninguém manda em mim, vou fazer quando eu quiser”; “Estamos na pandemia, será que vale a pena fazer essa atividade?”; “Tenho que ter mais prazer na vida”; “Se não for para ser incrível, será horrível, não vale a pena”; “Estou cansada, só posso fazer se estiver bem descansada, então vou dormir um pouco”; “Hoje estou muito cansada, amanhã cedo faço, ou melhor ainda, vou deixar para fazer no final de semana que tenho mais tempo”; “O dia está muito lindo hoje para ficar dentro de casa fazendo o meu trabalho da faculdade”; “Vou arrumar meu guarda roupa, mas vou lavar a louça primeiro, ou melhor, vou fazer a tese do mestrado”. O procrastinador vai sempre procurar fazer algo que lhe dê um prazer momentâneo e de forma rápida.
Em Provérbios 3:28 diz: “Não diga ao teu próximo: ‘volte amanhã e eu lhe darei algo’, sendo que pode ajudá-lo hoje.”
“Procrastinar traz alívio imediato e fracasso a longo prazo”. Josevan Oliveira
Continue nos acompanhando, no próximo artigo, falarei como é possível mudar os hábitos da procrastinação em pequenos atos do dia a dia.
Deus te abençoe minha irmã.
Valquíria Salinas
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