Valquíria Salinas

Valquíria Salinas é cristã evangélica, com vasta formação na Psicologia e áreas correlatas. Faz um sólido trabalho de aconselhamento e apoio ao lado de seu marido e pastor. Traz para o público evangélico, de forma clara e simples, temas e abordagens do aspecto psicológico do ser humano e sua relação espiritual com Deus, tudo de forma clara, simples e direta. Seja para adolescentes e jovens, para mulheres, casais ou família, no templo, no acampamento ou em empresas, a Psicóloga Valquíria Salinas fala sem achismos. Tem experiência de 16 anos de atendimento diário em seu consultório de psicologia, atuou em 2 Hospitais Psiquiátricos e foi voluntária no SOS - para recuperação de drogados e alcoólatras – durante 5 anos. Está à frente do Culto Regional de Mulheres, que reúne cerca de 3 mil mulheres mensalmente, na Assembleia de Deus na cidade de Sorocaba-SP.

 

Mãe Suficientemente Boa

O que é ser mãe?
Talvez rapidamente você me responda: - Ser mãe é ter e/ou criar um filho, seja ele biológico ou não; é muito mais do que gerar. É criar.

Pela psicologia entendemos que ser uma mãe suficientemente boa é ser capaz de atender as necessidades básicas de seu filho. Só isso? Perguntaria alguém. Sim, somente isso, mas não é tão simples assim. 

Ao pensarmos pela perspectiva de atender as necessidades básicas do filho, não é uma tarefa assim tão complexa para uma mulher com instinto materno, porém, o segredo não está em apenas atender as necessidades de um filho, mas na forma como isso é feito.

Quantidade x Qualidade
O relato da falta de tempo é um ponto frequentemente abordado em meus atendimentos, momentos em que eu faço sempre questão de relembrar que o mais importante não é a quantidade apenas, mas a qualidade desse tempo. 

Quando a criança nasce ela possui dependência absoluta da mãe ou de alguém que exerca essa função, tendo em vista que ela não sobrevive sozinha. A atenção nessa fase é total por parte da mãe com o seu bebê. 

Desde o nascimento da criança é fundamental a existência do afeto, afinal esse momento é de suma importância na criação, gerando diversas consequências boas ou ruins na vida adulta do indivíduo, de acordo com a qualidade, presença ou ausência de amor e carinho.

Marido x Bebê
O casal vive uma relação dual entre si, em que a figura do homem e da mulher se completam. Com o nascimento da criança essa dinâmica se altera, transformando-se em uma relação triangular. Nessa fase, com o nascimento do bebê, alguns maridos acabam ficando de lado, o que gera, em muitos casos, sentimento de exclusão da relação por parte do pai, caso se trate de um indivíduo carente.  A mulher nesse momento precisa de muita sabedoria de Deus para lidar com a situação dar atenção ao seu marido, não desprezando nem o filho nem o marido, tendo assim equilíbrio. 

Estudos mostram que um dos maiores índices de divórcio se dá nos dois primeiros anos após o nascimento de uma criança. Com o nascimento, as emoções ficam confusas e o marido (pai) acaba revivendo a sua relação de filho com seu pai. O mesmo ocorre com a mãe que revive com o nascimento do seu filho a sua relação com a sua mãe, consequentemente trazendo experiências boas ou ruins, dependendo de sua vivência anterior.

Ser Mãe é...
Ser Mãe é um transbordar de momentos e sentimentos:

É uma experiência única que leva a mulher a ter um novo olhar sobre o mundo.

Aquela frase: “você só vai saber o que é ser mãe quando for”, realmente é verdadeira quando você experimenta todos os sentimentos e emoções que envolvem essa fase.

Ser Mãe é a capacidade de se doar, e coloca o outro em primeiro lugar, priorizando-o até nas atividades mais básicas do dia a dia.

Ser Mãe é, para muitas mulheres, a realização de um sonho, contudo é comum se desesperarem quando percebem a responsabilidade, a dedicação e os cuidados necessários.

Terceirização Afetiva
Vale lembrar que muitas mães acabam terceirizando a função materna, enxergando o filho como “troféu” para mostrar aos outros. Filhos bem educados, mas quem educa são outros. Bem banhados, mas quem dá o banho são os outros. Bem arrumados, mas quem arruma são os outros. No amanhã bem distante, porque estarão perto dos outros.

Tornar-se mãe traz a responsabilidade de educar e criar o filho, com muito amor e carinho. Sendo assim, a mãe suficientemente boa é aquela capaz de colocar os limites aos filhos desde pequenos, pois, os limites tal como a tolerância à frustração, farão com que essa criança se torne um indivíduo saudável emocionalmente.

Frustrar-se para Crescer
A Sociedade que prioriza o “ter”, dando tudo ao filho, infelizmente tem formado gerações de filhos que não toleram frustração e que querem tudo a qualquer custo, trazendo consequências desastrosas para as famílias e a sociedade.

Muitas mães se equivocam achando que se derem tudo que seus filhos desejam, serão boas mães, quando na verdade estão enganadas.  Homens também usam desse artifício e conjuntamente erram ao fazê-lo. Trocam a presença pelo presente. 

Certa vez atendi uma mãe que já havia comprado mais de 500 carrinhos para uma criança de 5 anos, pois caso a mãe não comprasse, a criança gritava sem parar no meio da rua ou do shopping. Mostrei a ela as consequências que isso geraria na vida daquele filho, na adolescência, por exemplo,se ela não lhe desse a moto ou o carro desejado, poderia vir a ocorrer agressões ou até mesmo alguma tragédia, porque ela estava reforçando no filho a ideia de não aceitar frustrações.

Você não é Perfeita
Não fique brava comigo. Você não é perfeita! Mas acredite ninguém é. Fazemos o possível, com amor e dedicação e é isso. Não existe manual pronto. Por isso você precisa aprender a lidar com o fato de que não é perfeita, e quando eventualmente errar, não ter vergonha de assumir e até mesmo pedir perdão ou ajuda em alguns casos. Isso é fundamental para se formar uma figura de respeito e uma relação de companheirismo com marido e filhos.

Larguei Tudo para ser Mãe
É fundamental fazer o melhor possível, pautada no amor e no carinho.

Há quem diga: “larguei tudo para ser mãe”. Se isso foi feito de forma voluntária e com prazer, trata-se de algo muito nobre, porém, se essa frase vem carregada de frustração e arrependimento, não será saudável nem para a mulher nem para a criança, pois a tendência é que a mãe exercerá uma cobrança excessiva nesse filho.

Tenho observado mães que adotaram essa postura e acabaram depositando no filho a responsabilidade de dar a ela o que desejava. Algumas mulheres que, abriram mão de sua carreira ou de um corpo escultural, acabam cobrando, mesmo que de forma inconsciente, de seus maridos e filhos. Essa “dívida” acaba sendo muito cara e penosa para esse marido ou filho, gerando falas prejudiciais, como: “Deixei tudo para cuidar de você”. Outras  chegam ao ponto de fazer chantagem emocional pesada, com frases como: “Se eu soubesse jamais teria tido você!”, ou “Isso é culpa sua”. 

A Culpa é da Mãe?
Por fim existem as mães que se sentem culpadas e vivem a maternidade como um fardo.Uma frase que se ouve com frequência nesse contexto é: “A culpa é da mãe“. 

A partir disso, torna-se fato que a sociedade exige da mãe certa perfeição, entretanto muitas dessas mulheres exercem múltiplos papéis em sua vida, tais como: ser mãe, mulher, esposa, boa profissional, líder na igreja etc. Gostariam de ter mais e mais tempo com os filhos e, por conta de outros afazeres se culpam por tudo. Se o filho caiu na escola, se tirou nota baixa, e chegam a se culpar se filhos adultos estão com algum problema, seja de que ordem for. Calma mulher, a mãe suficientemente boa supre as necessidades básicas de seu filho para que viva e cresça, ela o educa, ela ensina o menino NO caminho da Palavra de Deus, e em um determinado momento, às vezes, é necessário fazer como Joquebede: Colocar o menino no cestinho, no rio, para salvá-lo e confiar no Deus que tudo pode. Se a semente do evangelho foi plantada no coração dele, descansa em Deus. No tempo certo ela germinará e dará frutos.

Comunique-se Sempre
Não adianta desistir de todos os sonhos para ficar em casa cuidando do filho se o sentimento é de frustração e infelicidade, a criança perceberá tudo isso através das emoções de sua mãe.

O mesmo ocorre com mães que se sentem culpadas quando precisam sair de casa, fazendo isso escondida para que as crianças não chorem, a criança ao ver a mãe ficará cada vez mais grudada, alimentando um medo enorme da mãe fugir, tornando-se, portanto uma criança completamente insegura.

Sempre se comunique com a criança, avise que irá sair e que voltará para que ela aprenda a confiar e acreditar em você, jamais saia escondido, você estará ensinando seu filho a não lhe informar das coisas hoje e no futuro.

Converse, explique, seja sempre verdadeira e seu filho confiará em você e entenderá desde pequeno a importância do diálogo.Seja uma mãe sem culpa e viva a vida além de ser exclusivamente mãe.

Cuide bem e com muito amor e ensine seu filho amar a Deus sobre todas as coisas e receberás a recompensa.

Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido também a elogia, dizendo: “Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas supera.” Provérbios 31:28-29.
Beleza é enganosa, e a formosura é passageira; mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada”. Provérbios 31:30
Será que uma mãe pode esquecer de seu filho que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Mais ainda que essa esquecesse, eu todavia, não esquecerei de ti”. Isaías 49.15

valquiria

Valquíria Salinas 


*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).

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