A Palavra de Deus diz em Eclesiastes 5.4: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o.” Em Números 30.9 diz assim: “Qualquer voto ou palavra empenhada por uma viúva ou por uma mulher divorciada será válido e exigido será o seu cumprimento diante de Deus.” (Bíblia King James Atualizada)
Marinete Machado Barreto, 45 anos, conhece muito bem esses dois versículos, vividos na sua pele. Nascida em um lar cristão, na cidade de Camboriú (SC), Marinete ficou órfã de seu pai quando ela tinha apenas um ano e três meses. Uma situação difícil para a mãe dela, Maria Onete da Silva (in memorian), que ficou viúva com apenas 28 anos e com cinco filhos para criar. E como se não bastasse, a mãe Maria sofreu uma paralisia facial, por conta do sistema nervoso abalado.
Vendo aquele triste quadro, os vizinhos queriam adotar as crianças, mas Maria não permitia e mesmo com dificuldade, cuidou dos seus cinco filhos. Desde cedo, ela ensinou o Caminho e mostrou ser uma mulher de fé e de caráter.
Quando Marinete tinha apenas quatro meses foi acometida por pneumonia nos dois pulmões, ficando em estado grave. Como a família era humilde e os recursos, muito poucos, Maria temendo perder sua única menina, fez um voto ao Senhor pedindo que se Ele a curasse, ela a entregaria para a obra missionária. Deus ouviu e restaurou a saúde daquele bebê.
O tempo passou e quando Marinete estava com 14 anos, participando de uma festa de jovens na igreja, aconteceu uma manhã missionária. O pregador interrompeu a preleção, e chamou Marinete à frente e pediu que toda igreja levantasse um clamor por ela, pois muito em breve ela estaria em um lugar muito distante, nunca imaginado fazendo a obra missionária.
Em casa, a mãe Maria, contrariada com a profecia, falou: “Como assim, muito em breve? Você tem só 14 anos, é solteira, não te deixo ir. Casar tão cedo, nem pensar! Ela havia se esquecido do voto, mas Deus não! Um dia pra nós, é como mil anos para Deus e mil anos como um dia!”, lembra Marinete.
A profecia foi em agosto de 1988, e em junho de 1989 Marinete estava casada com o pastor Agnaldo Barreto, na época missionário. O jovem casal celebrou a união no dia 03/06/89 e no dia 18/06 do mesmo ano estavam chegando ao estado do Amapá, para cumprir o Ide do Senhor. O voto estava se cumprindo.
“Nosso primeiro campo foi no distrito do carvão, em Mazagão. A nossa posse foi feita debaixo de um poste. Os primeiros crentes foram as crianças que ganhamos para Jesus. Era tudo improvisado, a nossa primeira igreja era em um engenho de farinha, mas depois Deus honrou e construímos a primeira igreja e batizamos nove irmãos”, lembra a missionária.
E a obra só foi crescendo na vida dos missionários. Em seguida, eles foram enviados a Guiana Francesa, trabalhar com a etnia Palikur. “Ali nasceu nosso primeiro filho Jhonatas, eu tinha apenas 16 anos, mas agarrada a chamada de Deus na minha vida. Hoje paro pra refletir e vejo que como é maravilhoso estar sob a direção e cuidados do nosso Deus!”, explica.
Na caminhada, eles também enfrentaram diversas dificuldades. A missionária conta que durante muitos anos, a mudança deles era apenas um colchão de casal, um de criança, fogão de duas bocas, botijão de gás, bolsas com roupas e um balde de cem litros com louças e panelas. “Cada lugar que chegávamos, meu esposo junto com os irmãos improvisava a cama, mesa, banco de pau. Em alguns desses lugares não tínhamos energia elétrica e nem água potável. Até 24 anos de casados, não tínhamos casa própria, muitos nos criticavam e questionavam, que futuro daríamos aos nossos filhos, já que quando o Jhonatas tinha oito anos, nasceu nossa princesinha, Thallita, mas nós seguimos confiantes nas promessas daquele que nos alistou”, lembra Marinete.
E Deus estava a tempo todo guardando e ajudando o jovem casal missionário. Eles também trabalharam nas regiões ribeirinhas, como: Bailique e Ajuruxi e outras localidades difíceis. “Enfrentamos muitas lutas, mas vivenciamos inúmeros milagres de Deus, tive malária por três vezes, dengue e até chikungunya há cinco anos, mas firme e forte com Cristo”, testemunha.
Já fazem 30 anos que eles estão na obra missionária. E neste ano de 2020, o casal está pastoreando a Assembleia de Deus em Oiapoque (o 11º campo no Estado do Amapá) e o marido da Marinete, pastor Agnaldo Barreto é um dos vices presidentes da convenção Cemeadap (Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Estado do Amapá).
“Neste primeiro semestre, meu filho está concluído a faculdade de Engenharia Civil. No final do ano, minha filha conclui a Faculdade de Direito e minha nora, também nesse primeiro semestre, Biomedicina. Deus nos presenteou no ano passado com uma linda netinha, Ana Luísa. Meus filhos moram em uma casa própria e transporte próprio, porque Deus cuida daqueles que servem a Ele de coração e depositam nEle a sua confiança! Só tenho que agradecer a Deus pelo meu chamado e minha família. Suas promessas não falham! Deixa Ele escrever a sua história!”, finaliza Marinete.