Mulheres que Participaram da História das Assembleias de Deus – Parte 1

A Igreja Assembleia de Deus está em festa! O motivo da celebração é duplo. No dia 18 de junho celebramos 113 anos da denominação no nosso país e, no Rio de Janeiro comemora-se o centenário no dia 22 de Junho. São datas memoráveis que devem ser lembradas com mérito, pois homens e mulheres enfrentaram lutas e dificuldades para manter a chama acesa nos corações e pregaram o Evangelho aos primeiros cristãos. 

Desde o início, várias mulheres atuaram nas igrejas Assembleias de Deus, auxiliando no nascimento e no crescimento dessa obra. Seja realizando círculos de oração, evangelizando, ensinando a Bíblia nas aulas de Escola Dominical, na música, na obra social, enfim, são inúmeras atividades que as pioneiras desenvolveram com excelência. Para se ter ideia, dos 18 cristãos da Igreja Batista Belém que creram na mensagem pregada por Gunnar Vingren e Daniel Berg, e fundaram a Assembleia de Deus em 18 de junho de 1911, 10 eram mulheres, ou seja, mais da metade do grupo fundador. 

Pensando em honrar essas mulheres, faremos uma série de reportagens com mulheres que marcaram a história de nossa igreja. Acompanhe: 

Frida01Frida Maria Strandberg Vingren (Frida Vingren)

Nasceu em 09 de junho de 1891 na região norte da Suécia. Fez curso universitário e se formou em enfermeira. Em Estocolmo, capital da Suécia, chegou a ser chefe da seção de enfermaria no hospital na qual trabalhou. Também se dedicou à arte fotográfica. 

Ela foi criada em um ambiente cristão, os pais eram luteranos. Ela tornou-se membro da Igreja Filadélfia de Estocolmo. Foi batizada nas águas, em 24 de janeiro de 1917, pouco tempo depois ela recebeu o batismo no Espírito Santo e, posteriormente, o dom de profecia. 

Foi impulsionada por Deus a fazer a obra missionária. Frida contou ao pastor Lewi Pethrus, o mesmo que a havia batizado, que gostaria de fazer missões no Brasil. Sendo assim, ela foi para o curso bíblico de oito meses. Os cursos eram frequentados tanto por quem tinha recebido a chamada missionária, como por quem tinha apenas a vocação. 

Um fato interessante é que o Espírito Santo revelou a Gunnar Vingren que ele deveria ir para o Pará e disse a ele que iria se casar com uma sueca chamada Strandberg, de 26 anos. Frida não sabia que existia um rapaz com o mesmo amor que ela tinha por esse desejo missionário e de ganhar vidas para Jesus. Os dois ainda não se conheciam, mas já gostavam de estudar a Bíblia e ambos eram envolvidos na obra do Senhor. 

Por volta de 1909, nos Estados Unidos, o jovem sueco Gunnar Vingren dava os primeiros passos como pastor da Igreja Batista Sueca de South Bend, em Indiana. Gunnar e o amigo Daniel Berg estavam em missão nos Estados Unidos quando aconteceu o avivamento da Rua Azusa. Gunnar já havia sido batizado no Espírito Santo e pregava a mensagem pentecostal na igreja Batista americana. 

Em 1915, quando Gunnar Vingren estava em um período de descanso na Suécia, depois do primeiro período de missão no Brasil, ele conhece uma jovem chamada Frida Strandberg. Sim, Strandberg! O sobrenome que Deus tinha lhe falado em profecia. Os dois se tornaram amigos e com o passar do tempo, se apaixonaram e começaram a namorar. “Eu mesma pude ver Gunnar numa visão ou revelação, perguntando-me se eu queria ajudá-lo no trabalho missionário. Isso me aconteceu antes que o visse trabalhando”, escreveu Frida em seu diário.

Ela começou a se preparar em oração para o campo missionário e em 1917, Frida, com 26 anos, foi ordenada missionária pela Igreja Filadélfia de Estocolmo e enviada para os Estados Unidos para se encontrar com, seu noivo Vingren, para de lá viajarem juntos rumo ao Brasil. 

Dois meses depois do casal ter desembarcado em terras brasileiras, no dia 16 de outubro, Gunnar e Frida se casaram em Belém do Pará, numa cerimônia celebrada pelo Missionário Samuel Nyström.

familia de Frida O casal passou a se dedicar a evangelizar e estabelecer igrejas. Frida se dedicou à obra social com crianças, auxiliando com seus conhecimentos de enfermagem. E atuou também como jornalista e colunista nos jornais Boa Semente, O Som Alegre e Mensageiro da Paz

Frida também cantava, tocava órgão e violão e compôs cerca de 23 hinos (alguns são traduções) que estão na Harpa Cristã. Por exemplo, o hino 126 “Bem-aventurança do Crente” ou o número 28 “Deus vai te guiar”. 

Frida precisou se adaptar ao novo clima tropical e morava em uma residência muito simples, sem nenhum conforto. Mas, em todo o tempo, o casal orava e jejuava confiando que era Deus quem havia enviado para essa missão. 

Quando Gunnar Vingren estava evangelizando os povos indígenas no interior do país ou adoecia, era Frida quem o ajudava com os cultos na Igreja Assembleia de Deus. O casal teve seis filhos: Ivar, Rubem, Margit, Astrid, Bertil e Gunvor. A Gunvor faleceu no Rio de Janeiro vítima de Crupe, poucos dias antes da família regressar de vez para a Suécia. 

Com certeza, Frida foi uma mulher atuante na nossa denominação e merece todo nosso respeito. Sua história é linda e deve ser lembrada quando falamos das Assembleias de Deus no Brasil e no Rio de Janeiro. Quer saber mais sobre a influência de Frida e sua morte? A CPAD traz a história dessa pioneira nos livros: Frida Vingren e em um dos capítulos do livro 100 Mulheres que fizeram a história das Assembleias de Deus no Brasil, ambos do pastor e historiador Isael de Araujo. 

No próximo artigo, falaremos sobre outra mulher que muito influenciou no início das Assembleias de Deus. Aguarde!

Por Luciene Saviolli

Referência:
ARAÚJO, Isael. Frida Maria Strandberg Vingren. In: 100 Mulheres que fizeram a história das Assembleias de Deus no Brasil. [S. l.]: CPAD, 2011. cap. Frida Maria Strandberg Vingren, p. 37-42.

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