Nossa entrevistada nesta edição é a irmã Judite Maria da Silva Alves. Ela é professora e terapeuta familiar; casada com o pastor Ailton José Alves, presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco (IEADPE) e da Convenção das Assembleias de Deus do Estado de Pernambuco (Conadepe); mãe de três filhos (casados) e avó de quatro netos.
Irmã Judite apresenta diariamente, há mais de dez anos, o programa “A mulher e seus desafios” pela Rede Brasil de Comunicação; lidera o trabalho deCírculo de Oração em todo o Estado de Pernambuco e coordena as atividades sociais da IEADPE, que mantém oito Centros de Desenvolvimento Integral Vida em várias comunidades carentes na Região Metropolitana do Recife, onde são atendidas mais de 4 mil crianças; e é colunista do site mulhercrista.com.br. Nesta entrevista, ela fala sobre os 80 anos do primeiro Círculo de Oração do país, fundado no bairro de Casa Amarela, em Recife (PE).
Este mês o Círculo de Oração das Assembleias de Deus comemora 80 anos de existência. O que a igreja de Pernambuco está programando de festividade alusiva à data?
Estamos preparando esta comemoração na congregação onde tudo começou, no bairro denominado Casa Amarela. No dia 13, teremos a abertura e no dia 14, o encerramento do Jubileu de Carvalho do Círculo de Oração, com o tema: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hb 13.8).
O que significa para as mulheres pernambucanas o Círculo de Oração das Assembleias de Deus no Brasil ter sido gerado em vossa igreja?
Para todas nós, mulheres pernambucanas, é uma grande bênção de Deus a nossa igreja ter sido a pioneira em um trabalho tão relevante. Eu o considero um dos pilares da nossa igreja, até porque oração e Palavra de Deus andam de mãos dadas.
Qual a importância do Círculo de Oração para a igreja brasileira?
Uma das expressões usadas pela irmã Albertina era: “Vamos circular os céus com nossa oração”. E assim aconteceu, o trabalho se espalhou em todo o Brasil e depois no mundo. A importância desse departamento para o nosso país é de muita bênção, pois através da oração Deus tem estendido as Suas mãos, a igreja tem prosperado e tem chamado a atenção de muitos. Minha petição ao Senhor é que nunca nos afastemos da oração, pois assim a igreja seguirá com temor a Deus e à Sua Palavra. Desse modo, faremos a diferença como igreja, que é a coluna e firmeza da verdade.
Como a nova geração de mulheres assembleianas tem tratado o legado deixado pela irmã Albertina Bezerra Barreto (fundadora do Círculo de Oração) e suas companheiras?
Como uma das líderes no nosso país, tenho falado que recebemos esse legado de nossa querida irmã Albertina Barreto e suas companheiras, e não podemos arrefecer, nem tão pouco sermos indiferentes ao chamado de Deuspara o ministério da oração. Louvei a Deus pela decisão da irmã Lídia Costa, nossa líder nacional, que, ao receber a tocha das mãos da irmã Wanda Freire, teve como uma das suas primeiras decisões nos convocar todo primeiro diado mês para estarmos juntas de joelhos, intercedendo pela igreja, sua liderança e por nossa nação. Isso é admirável e incomoda o príncipe das trevas, pois sabemos que onde há joelhos dobrados não há causa perdida. Aleluia!
Além da irmã Albertina, quais outras mulheres têm seus nomes registrados na história, não apenas de Pernambuco, mas do Brasil como um todo, como servas de Deus dedicadas ao ministério da oração?
Poderíamos citar muitas, pois temos exemplos de mulheres que eram incansáveis no que diz respeito à vida de oração, tanto no Brasil como em outros lugares neste mundo. Por exemplo, a irmã Malphara Bezerra, esposa do saudoso pastor José Bezerra, passava noites inteiras sozinha intercedendo pelos irmãos. A irmã Wanda Freire, nossa amada e saudosa intercessora, suas batalhas eram vencidas na oração; algumas vezes, quando estava querendo reforço, ela nos ligava para ajudá-la com minhas companheiras. Outras vezes, quando vinha ao Recife, dizia: “Judite, mande me levar a um trabalho de oração, pois preciso”. Que exemplo! Minha mãe gostava de orar fora da casa, olhando o céu, quando a coisa era urgente. E creia, nunca vi Deus responder tão rápido como fazia com ela! Aleluia! A saudosa irmã Luíza Ivo também é um símbolo de uma vida devota a Deus. Ela começou a dirigir o Círculo de Oração muito jovem, aos 18 anos, e a princípio não acreditavam no seu trabalho; então, ela começava a oração sozinha, às 6h da manhã. Nunca teve filhos, seu marido não tinha nenhuma restrição quanto às suas atividades na área, e Deus começou a realizar milagres de modo que passaram a acreditar no seu trabalho. Luíza conduziu o departamento por mais de 60 anos de joelhos dobrados!A reunião começava às 7h da manhã e geralmente ela chegava por lá às 6h30. A veterana partiu para o Senhor há poucos anos, e a lacuna ficou. Tenho muita saudade dela. Outro exemplo: a irmã Regina, que no momento em que o Senhor revelava-lhe as dificuldades atravessadas pelo pastor José Amaro da Silva, ela chegava na casa pastoral e dizia: “Irmã Alice, vim interceder pelo pastor. Dê-me a chave de um quarto e não se preocupe comigo”. Ela passava dois, outras vezes três dias, mas Regina concluía a sua oração quando recebia de Deus as instruções sobre o que deveria fazer. Isto é lindo demais! No momento, escrevo um livro sobre testemunhos e histórias dessas abençoadas servas de Deus e que as novas gerações precisam conhecer.
Fonte: Este é um pequeno trecho extraído da Entrevista publicada no Jornal Mensageiro da Paz Ano 92 - Número 1642 - Março de 2022. Leia esta entrevista na íntegra, adquirindo o exemplar do Jornal Mensageiro da Paz no site da CPAD ou fazendo uma assinatura através do site CPAD Digital.
