Quando o carnaval se aproxima, muitas igrejas organizam retiros – dias planejados para estreitar a comunhão com Deus e com os companheiros de fé, geralmente realizados em um espaço mais rural, longe do barulho da cidade e dos afazeres cotidianos.
Gosto de retiros, e ainda hoje participo de vários como preletora para casais, mulheres ou jovens. Aprecio a oportunidade das pessoas poderem usufruir uns dias junto a pessoas com quem convivem na igreja, cantando, conversando ou cultuando junto. É sempre bom ter um relacionamento mais informal com quem pretendemos passar a eternidade.
Nossa alma precisa de retiros também – momentos em que ela se retira para se aquietar e se reorganizar. E isto pode e deve ocasionalmente, semanalmente ou diariamente!
Eu gosto muito de viajar. Conhecer lugares, partilhar novas culturas, e até de experimentar novos sabores. Deus me tem permitido conhecer dezenas de países, viajando para pregar o Evangelho, ou simplesmente em viagens de família ou de lua de mel com meu marido. Para mim são momentos singulares: saber que estou em um outro continente, muito longe de casa, contemplando paisagens únicas e fazendo coisas distantes do meu cotidiano. Eu e meu marido sempre concordamos que é muito bom saber que estamos longe de tudo o que conhecemos, mas que permanecemos guardados e conhecidos por Deus!
Quando viajamos, aprendemos que nosso mundo particular é muito pequeno, e que há muito mais para ver e conhecer. Nossa visão de mundo ampliada nos permite compreender que podemos gastar muita energia ou dinheiro com coisas sem importância, e que há muitas pessoas que vivem e até cultuam a Deus de forma séria, mas diferente da nossa.
Viajar pra mim é um retiro para a alma, um retiro datado e planejado com antecedência. Mas há outros retiros possíveis e de curto prazo: um almoço tranquilo com uma pessoa amiga, um jantar semanal com o cônjuge, uma saída com os filhos para assistir um filme, um piquenique em família, momentos em que todos da casa se assentam para conversar, colocar os filhos pra dormir, ouvir as histórias dos netos, tomar um chocolate quente enquanto observamos a chuva cair…
É claro que ainda devemos nos retirar, se possível diariamente, para o nosso momento com Deus, quando lemos a Bíblia, cantamos os louvores que marcaram nossas vidas e conversamos com o Pai. E o ideal é fazermos isto com uma intensidade tal, que possamos nos retirar da realidade presente para entrarmos em outra atmosfera, espiritual, que envolva e transforme nossa alma.
Nossa alma se cansa, se abate e se machuca. Pode adoecer por conta de nossos equívocos e das exigências diárias. E é exatamente por esta razão que eventualmente precisamos agendar alguns momentos para que ela descanse, se apazigue, possa respirar fundo, e se cale: Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranqüilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança. (Salmo 131.1,2).
Elaine Cruz
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