Quem conhece o estado americano da Flórida, sabe que a parte sul do mesmo é ocupada, quase que majoritariamente, de muitos lagos e pântanos. Como não há montanhas, nesta região o clima muda rapidamente, e é possível observar as nuvens de chuva se formando, e muitas vezes podemos assistir às chuvas caindo de forma localizada em uma região distinta.
Há três dias, eu e eu marido saímos para caminhar, aproveitando o calor e luminosidade do verão na Flórida, onde estamos. Depois de quase uma hora de caminhada sob um sol radiante e quente, uma nuvem pesada e escura se aproximou rapidamente. E quando ela nos alcançou, nos vimos debaixo de uma chuva torrencial e morna, enquanto recebíamos ainda alguns lampejos do sol que nos cercava.
Eu sempre gostei de tomar banho de chuva, algo que aprendi com a minha mãe. Naquele momento eu deixei que a chuva caísse sobre meu rosto, abrindo os braços para receber esta dádiva fresca em uma manhã de verão. E em vez de voltarmos logo para casa, caminhamos por mais de meia hora debaixo da chuva, chutando as poças de água como duas crianças. Foi uma manhã inesquecível!
Você que é mulher pode pensar: Mas e o cabelo? Como ficou a maquiagem? Quão encharcado ficou o tênis de corrida? A verdade é que há momentos na vida em que cabelos, maquiagens e roupas secas são secundários. O que nos cabe é aproveitar o que recebemos, seja a chuva, os abraços, os sorrisos, ou a oportunidade de construir memórias com pessoas que amamos – e que nos amam a despeito do cabelo desfeito e do rosto lavado!
A cada dia, quando nos levantamos, planejamos nossas atividades. Podemos observar a agenda e pensar no clima que nos espera. Precisamos estabelecer nossas tarefas e rotinas. Há sempre muito para colocar em ordem em nossas casas, e muito o que resolver com nossos cônjuges e filhos. Mas uma nuvem de chuva sempre pode aparecer de repente e alterar nossos planos.
Algumas mulheres achavam que iriam se casar até os trinta anos, mas ainda não aconteceu. Outras se planejaram para ser mãe aos vinte e cinco anos, mas as atribuições a levaram a adiar a maternidade. Por outro lado, há aqueles que foram surpreendidos com um novo amor após a viuvez, há casais que tiveram filhos não planejados, e muitos são os que moram em cidades ou países nos quais nem mesmo tinham ouvido falar em sua infância.
Viver é surpreendente. Nenhum dia é igual ao outro. Não há filhos semelhantes em suas atitudes. O tempo e as pessoas não se submetem à nossa vontade. Recebemos vários nãos de Deus em resposta às nossas orações. E quando planejamos andar pelos montes floridos, logo após uma curva, inesperadamente, podemos nos encontrar em vales de sombra e morte.
Lembre-se de Elias, em 2 Reis 19.11,12, quando Deus manda vento, terremoto e fogo? Elias se prepara para ver o agir estrondoso de Deus, como havia acontecido no monte Carmelo, quando Deus manda fogo do céu para consumir o holocausto. Porém, desta vez, Deus fala a Elias através de um sussurro calmo e suave, ressaltando sua multiforme graça e soberania!
Se não controlamos o tempo, a paisagem, as pessoas (e muito menos Deus!), precisamos aprender, portanto, a sermos mais receptivos às mudanças drásticas da vida. A morte e o desemprego podem surgir inesperadamente, como também as promoções no trabalho, o encontro com o futuro cônjuge, um aumento de salário, ou a oportunidade de uma viagem acima das expectativas! Assim sendo, o fato de você estar passando por um vale de doença ou de dor não é algo definitivo: Deus pode mudar a sua sorte rapidamente, e você pode receber sua vitória amanhã mesmo!
O que você não pode fazer é se trancar em casa, enterrar seus talentos, desistir de viver e desistir das pessoas que ama. Saia para a vida, no inverno ou no verão – e se você for surpreendido com uma forte chuva, seja ela fria ou quente, permaneça olhando para o Consumador da sua fé!
Elaine Cruz
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