Quando compramos alimentos, sejam eles processados ou denominados como mais orgânicos, a data de validade estará anexada, nos fazendo saber até quando estarão saudáveis para o consumo. No caso de frutas e legumes, basta observarmos o amadurecimento deles para sabermos quando já estão maduros ou passados demais.
Os eletrodomésticos e eletrônicos, mesmo que não venham com as datas de validade etiquetadas, também começam a dar problemas com o passar do tempo: a memória fica cheia, as baterias ficam viciadas, e os problemas com as manutenções se iniciam, até o momento em que fica mais barato comprar um produto novo do que consertar o velho.
Na vida tudo tem um prazo de validade. Uma casa precisa de pinturas ou de manutenção estrutural, um carro necessita de reparos e muitas coisas de desbotam, quebram ou se tornam disfuncionais, como o uso do fax (quem se lembra dele?) ou do telefone público, chamado orelhão, que hoje está obsoleto nas grandes capitais.
A grande verdade, é que nós também nascemos com uma data de validade – só não sabemos qual é, pois não teríamos condições emocionais para viver, todos os dias, conscientemente, diminuindo as nossas chances reais de sobrevida. Só Deus sabe a soma dos nossos dias, e nós vivemos com a perspectiva de anos futuros, mesmos cientes de que cada dia de vida significa um dia a menos no somatório total dos anos definidos por Deus para nós.
Há um homem na Bíblia que, a partir de um certo tempo de vida, sabia exatamente quanto anos ainda viveria: o rei Ezequias. Deus, em sua misericórdia, em uma passagem belíssima, diz a ele que aumentava seus anos de vida: Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás. Então virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo: Ah, Senhor! Suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo. Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor dizendo: Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor. E acrescentarei aos teus dias quinze anos…(2 Reis 20.1-6).
Ezequias pôde colocar sua casa e seu reino em ordem, e viveu seus últimos anos diante de Deus. Mas, e se Deus dissesse a você exatamente a quantidade dos anos de vida que você ainda tem, o que você faria?
Você se disponibilizaria a viajar e pregar o evangelho?
Distribuiria suas propriedades entre os filhos?
Falaria aos seus netos sobre os milagres de Deus na sua vida?
Insistiria com sua família para que se convertessem, sem medo das pressões e contendas?
Pediria perdão para pessoas que magoou?
Procuraria alguém querido, mas de quem você está distante?
Compraria a passagem para a viagem que sempre adia?
Jejuaria mais pela sua casa e pela conversão dos seus descendentes?
Falaria ao seu cônjuge sobre a sua gratidão, confessaria seu amor e demonstraria mais afeto e carinho para a pessoa que partilhou a vida com você?
Aproveitaria mais a vida, sem tantas preocupações com sua aparência, seu peso corporal, suas rugas, ou com o que os outros pensam sobre você?
Independente da sua idade, minha sugestão é que você comece a viver hoje como se vivesse os seus últimos dias de vida – abrace, perdoe, se acalme, acerte suas contas, e invista cada vez mais em sua família e na obra de Deus.
Lembre-se: não sabemos a nossa data de validade, mas precisamos parar de decidir acertar a vida no futuro, e investir mais tempo e afeto para acertar nossa vida presente!
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).