Estamos todos estarrecidos, acompanhando o desenrolar das consequências e dos debates sobre o filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, lançado em uma plataforma de streaming em todo o país. Neste filme, dentre outras coisas, há uma dita “piada” sobre pedofilia (que de engraçada não tem nada!), mas que ressalta o grande perigo que nossas famílias sofrem quando permitem que seus filhos e netos assistam conteúdos sem supervisão.
Além disso, a forma grotesca como o assunto é abordado, evidencia também o discurso dos dias atuais, em que aqueles que rejeitam o que é sujo, imoral e vergonhoso são chamados de retrógrados, antiquados, conservadores e antiliberais.
Estamos vivendo em um tempo em que os valores familiares são desconsiderados, e muitos atos horrendos estamos sendo minimizados em suas consequências. Hoje, em diversos países, muitos defendem que o estupro e a pedofilia precisam ser descriminalizados, tratando atos abusivos e agressivos como se estes fossem simples tendências sexuais humanas.
A pedofilia sempre será um desejo distorcido e pecaminoso. A pedofilia é uma das doenças classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os transtornos da preferência sexual, e os chamados Pedófilos são pessoas adultas (homens e mulheres) que têm preferência sexual por crianças – meninas ou meninos – do mesmo sexo ou de sexo diferente. Pedofilia, portanto, é o ato de constranger uma criança ou adolescente, fazendo-a exibir seu corpo; ou quando uma pessoa mais velha toca em partes do corpo ou faz sexo, com ou sem conjunção carnal, utilizando uma criança ou adolescente.
Como psicóloga, já atendi inúmeros casos de pedofilia. É cruciante observar a dor de quem sofreu abuso, registrando a aflição e o tormento das lembranças que assolam o abusado pelo resto da sua vida. Portanto, não há como tratar deste tema de forma jocosa. A dor é real, o sofrimento é profundo, e a sensação de impotência é muito pulsante ao longo dos anos, mesmo quando a honra é restaurada, a idade adulta ajusta as injustiças e um casamento é vivenciado!
Há muitos versículos na Bíblia que devemos gravar e considerar no cotidiano. Um deles é o que está registrado em Isaías 5.20: Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo.
É exatamente isto que estamos vivenciando: pessoas desmerecendo o lamaçal do pecado, chamando as trevas de luz, o amargo de doce, e o mal de bem!
Como evangélicos, precisamos nos posicionar, declarando em alta voz a Lei divina. Lembremo-nos de que a fornicação, devassidão, ou imoralidade sexual está entre os “desejos da carne” (Gl 5. 16-21) e dentre as coisas malignas que brotam no coração de uma pessoa sem Deus (Mc 7. 21-23). Pedófilos devem ser enquadrados dentre os que são “sem afeição natural”. (Rm 1.31; 2 Tm 3.2,3), cuja prática é abominável diante de Deus!
Como pais, responsáveis pela proteção dos filhos, vigiem o conteúdo que vem sendo produzido pelas mídias sociais, pois elas estão cada vez mais acessíveis, disponíveis inclusive em telefones celulares. Conversem com seus filhos, criem canais de diálogo, orem muito e protejam a moral, o equilíbrio emocional e a vida espiritual da sua prole. Só com nossa orientação parental e bíblica, feita de forma sábia e direta, é que nossos filhos vão conseguir classificar corretamente o que é bom, mal, doce, amargo, trevas ou luz!
Elaine Cruz
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