Nossa vida socio-emocional está altamente comprometida e afetada pela Internet. Afinal, o mundo virtual vem tomando o lugar do mundo real, afetando nossa qualidade de vida, nosso sono, nossa cognição e nossas relações pessoais.
O vício pela internet ja rendeu algumas palavras novas. A primeira delas é Nomofobia, que é o medo de ficar sem celular. A nomofobia não está relacionada à quantidade de tempo que se passa ao celular, mas à forma como se utiliza o aparelho. Quando um indivíduo começa a ficar muito preocupado com a quantidade de likes e compartilhamentos que as suas publicações alcançam, passa a se isolar socialmente, deixa de aproveitar momentos para postar selfies, e começa a se sentir mais feliz no mundo virtual que no mundo real, é sinal de dependência, e em casos extremos esse comportamento pode desencadear até mesmo uma depressão.
Hoje também temos a expressão ciberviciado, para identificar a pessoa diagnosticada como um caso de internet-dependência, quando as pessoas têm sua vida pessoal, profissional e sentimental afetada pela permanência exagerada na internet.
Calcula-se que cerca de setenta porcento das pessoas usam a internet, e que muitas destas gastam mais do que 10 horas semanais online. Mesmo sendo necessária e útil para a vida profissional ou para a praticidade da vida, seu uso excessivo leva a consequências negativas. Afinal, um cálculo simples mostra que duas horas por dia desperdiçadas significam 14 horas por semana, ou praticamente 1 dia inteiro (considerando que dormimos 8 horas por dia). São mais de 4 dias por mês e aproximadamente 52 dias do ano desperdiçados – perde-se 1 ano no mundo real a cada 7 anos de vida!
A atração pela Internet, quando viciante, assume diferentes formas. Na internet as pessoas podem obter sexo virtual, desenvolver relacionamentos virtuais, adquirir compulsões online (games e especulação na bolsa de valores), captar excesso de informações (pesquisando a internet atrás de informação) ou se viciar em jogos de computador, por exemplo.
Dentre os sintomas, além do isolamento social, da baixa auto estima e de desvios sociais, os sintomas do ciberviciado incluem perda da noção do tempo, isolamento do mundo, sentimento de culpa por usar demais a internet, estado de euforia que surge com o uso da internet, e a evitação de emoções mais complexas ao se esconderem de relacionamentos e sentimentos reais apropriados.
A dependência da internet, em computadores ou em celulares, pode causar ansiedade, desamparo, angústia, impotência, pânico, taquicardia, sudorese, insônia, e pode levar a uma dependência extrema, onde a pessoa fica sem dormir para não se desconectar ou pela ansiedade de saber que vai ficar um tempo sem se comunicar com alguém. E, uma vez diagnosticada, esta síndrome exige terapia psicologia e/ou medicamentosa, com a urgência de que hábitos sejam modificados e a pessoa se volte mais para o seu mundo real e relacional.
Precisamos repensar nossos hábitos. Desligue-se do mundo à sua volta e reconecte-se mais a Deus. Interaja com as pessoas reais à sua volta, dilua sua expectativa sobre estar conectado com outros, diminua a quantidade de suas postagens, e selecione as informações que deseja processar, e invista mais tempo com você mesmo e com Deus!
Não se permita viver dependente dos likes alheios, e nem ansioso pelo número de curtidas em suas postagens. Não dependa de pessoas, e muito menos de uma aparelho celular que o “conecta" a outras pessoas. Se é para depender, dependa de Deus!
Elaine Cruz
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