Cresci ouvindo esta música cantada por Feliciano Amaral, que tinha uma voz diferenciada, e marcou minha infância com suas melodias. Meus pais sempre a cantaram em dueto, e hoje sou eu que a canto em dueto com meu marido.
Este hino foi incorporado à Harpa Cristã (número 577), e hoje é cantado em nossas igrejas. E, a respeito de ser antigo, é mais uma música que marca nossa vida com sua melodia e, especialmente, por sua letra.
Quando criança, eu tinha dificuldade em compreender a palavra fervente. Sempre imaginava uma água no começo da fervura - e foi assim que minha mãe me explicou como fazer uma oração fervente: simplesmente orar com todo coração e sinceridade diante de Deus, até ir sentindo o coração começar a aquecer com a presença divina.
E assim fiz por toda a minha vida. Quando estava com vontade de orar, era fácil entoar meu louvor ou derramar meu clamor. Mas especialmente nos dias difíceis, quando o cansaço do corpo afeta a motivação da alma, eu simplesmente me ajoelhava, oração baixinho e esperava meu coração ferver.
A primeira estrofe deste hino diz:
Em fervente oração, vem o teu coração
Na presença de Deus derramar
Mas só podes fluir o que estás a pedir
Quando tudo deixares no altar.
Deixar nosso coração e ansiedades no altar de Deus é algo dificílimo. Apresentamos nossos pedidos, mas raramente realmente deixamos com Ele a ansiedade e agonia que carregamos quando estamos em aflição.
Nossa ânsia por respostas imediatas, bem como nossa necessidade de vermos as questões resolvidas, faz com que nos levantemos da oração e peguemos de volta as preocupações apresentadas no altar. Na verdade, pegamos a bagagem de volta, nos sobrecarregamos, em vez de deixarmos que o Pai nos alivie, como ele nos aconselha: Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. (Mateus 12.28).
Maravilhas de amor te fará o Senhor
Atendendo à oração que aceitar
Seu imenso poder, te virá socorrer
Quando tudo deixares no altar.
Se orares, porém, sem que o teu coração
Goze a paz que o Senhor pode dar
É que Deus não sentiu que a tua alma se abriu
Tudo, tudo, deixando no altar
Será que estamos de fato orando, de tal forma, que nosso coração se derrame completamente?
Nossa alma está totalmente receptiva para a vontade de Deus?
Nosso ser está absolutamente disponível para ser tratado e controlado por Deus?
Nossa teimosia em buscar nossa própria vontade tem nos feito encerrar nossas orações antes que a paz divina nos envolva?
Afinal…
Quando tudo perante o Senhor estiver
E todo o teu ser Ele controlar
Só, então, hás de ver que o Senhor tem poder
Quando tudo deixares no altar.
Elaine Cruz
*A CPAD não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos publicados nesta seção, por serem de inteira responsabilidade de sua(s) autora(s).