Quando olhamos para a natureza criada por Deus, percebemos o quanto ele trabalha com ciclos. Nossos anos são contados a partir das voltas do planeta Terra em torno da lua (translação), e nossos dias se repetem em ciclos constantes de vinte e quatro horas que é o tempo que a Terra leva para dar a volta em torno de si mesma, o que chamamos de rotação.
Há o ciclo da água, conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico, estudado pela hidrologia, que é um exemplo interessante: há uma troca contínua de água entre a atmosfera, evaporada e acumulada nas nuvens, que são devolvidas ao solo através das chuvas e vapores, que encontramos nos rios, lagos e mares (chamadas de águas superficiais), mas que também atingem o subsolo da Terra, chamadas de águas subterrâneas. E o mais interessante é que não há criação de água na Terra: a quantidade de água doce e salgada existente hoje existe desde a criação! Ela evapora, desce e volta às nascentes, refazendo o ciclo de forma constante!
E claro, há o ciclo da vida, em que somos gerados, nascemos, crescemos, (re)produzimos, envelhecemos e morremos - e isto também inclui também as plantas e animais.
O lindo texto de Eclesiastes também faz referência a estes ciclos: Sei que tudo o que Deus faz permanecerá para sempre; a isso nada se pode acrescentar, e disso nada se pode tirar. Deus assim faz para que os homens o temam. Aquilo que é, já foi, e o que será, já foi anteriormente; Deus investigará o passado. (Eclesiastes 3:14-15).
A Bíblia, sempre atual e preciosa, nos faz repensar nossa vida e nossas ideias, que muitas vezes achamos tão inovadoras! As nossas dores não são novas, pois já foram sentidas por outros. Nossas emoções são comuns a pessoas que viveram séculos atrás, e os que ainda vão nascer também passarão por alegrias e tristezas, decepções e sucessos. Tudo passa, e tudo se repete.
Nosso tempo é cíclico. Vivemos a infância olhando para o futuro, e muitos vivenciam a velhice lembrando do passado. A infância, e a adolescência passam, e logo chegam os anos da aposentadoria. As crianças crescem, acompanhamos a passagem das fases do desenvolvimento nos filhos, e aguardamos o recomeçar dos ciclos com os netos e bisnetos!
Na vida humana, tudo muda muito rápido, e eventualmente somos surpreendidos com um ciclo de crises, como doenças, desemprego ou rompimento afetivo com quem amamos.
É por esta razão que precisamos aprender a agradecer pelo que vivemos hoje, sejam alegrias ou dores. Não seguramos o tempo, mas podemos vivenciar os diversos ciclos da vida e da natureza.
Assim sendo, precisamos ser gratos pelos filhos e netos, aproveitando todas as fases pelos anos testemunhando a vida do conjugue que decidimos amar diariamente, pelas viagens em família, e pelos anos que perpassam nossa existência, tornando nossos cabelos grisalhos.
Nossas rugas e idades avançadas são testemunhas de muitos ciclos vivenciados. Já encaramos muitos verões e invernos, já celebramos vários Natais e Réveillon. Já repetimos erros, mas também aprendemos a aceitar o que não podemos mudar – enquanto permanecemos confiando em Deus, que tudo pode transformar, curar e mudar!
Com Deus não vivemos presos em ciclos que se repetem sem um objetivo maior. Com Deus nós sabemos que tudo acontece no tempo certo, que ele transforma maldição em benção, e que ele sempre terá novidade de vida para todos nós.
Que venham os ciclos da vida, e que aprendamos a amadurecer ao longo dos mesmos – cientes de que Deus sempre renova nossas forças, nos ensina em meio ao caos, nos usa como instrumentos dele para tratarmos outras vidas, e nos faz mais do que vencedores!
Elaine Cruz
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