Deus fez do meu caos uma história de milagres

A paz do Senhor a todos. Sou Carla Priscila de Souza Moreira da Cruz, tenho 33 anos, casada com o presbítero Marcio Oliveira da Cruz, mãe de dois filhos, Deborah e Daniel de Souza Oliveira da Cruz. Sou membro e atuo como missionária na Assembleia de Deus Evangelho Pleno (ADEP) em Queimados, RJ. 

Nasci de uma gestação conturbada em Duque de Caxias (minha mãe teve contato com os vícios aos 13 anos de idade e meu pai, traficante). Ele veio a ser assassinado quando eu ainda tinha por volta de 1 ano e 3 meses de idade. Meu pai me deixou uma pensão advinda de um registro em uma empresa, na qual ele nunca trabalhou e minha avó recebia essa pensão para mim.

Após a morte de meu pai, minha mãe teve que fugir com medo de ser morta também. No sepultamento dele, minha mãe recebeu uma palavra da parte do Senhor por meio de uma profetiza dizendo: “Esse bebê que está no teu colo vai ser um grande instrumento usado nas mãos do Senhor”.

Após o sepultamento, minha mãe não podia mais voltar para casa. Com três filhas e sem destino, ela não pode mais ter todas as filhas sob os seus cuidados, ficando então, minha irmã mais velha com ela, a do meio com a vizinha e eu com minha avó paterna. Perdi então o contato com as minhas irmãs, e cresci num ambiente deplorável, miserável, numa avenida ao lado de um valão. Lembro-me que na casa não tinha nada, além de paredes quebradas. Cresci com a família de meu pai, que morava na mesma avenida que nós. Meus tios me maltratavam, humilhavam e me expulsavam de suas casas. Me diziam que eu seria igual ao meu pai, seria mulher de bandido com filhos de vários homens.

Sofri abusos físicos e sexuais com apenas sete anos de idade por parte de meus tios, primos e mulheres. Todavia, lembro-me que todas as vezes que eu ouvia as palavras de maldição proferidas contra mim, eu chorando, dizia que a minha vida não seria assim. Com cerca de sete anos e meio, alguém me disse que a minha mãe havia aparecido. Naquele momento vivi uma mistura de sentimentos. Eu acalentava muitas mágoas de minha mãe devido ao abandono, ao que eu disse: “eu não tenho mãe”.

No dia seguinte minha mãe retornou e estava totalmente diferente do que pensava e ouvia a seu respeito. Ela se apresentou como uma serva de Deus, transformada. Após momentos de resistência, ao ouvir as justificativas da parte dela e perceber o jeito como ela se portava naquele momento, vivi então um choque de realidade ao vê-la e comparar com a minha situação de miséria. “Parecia um conto de fadas”.

A partir de então, ela passou a ir me ver algumas vezes e uma dessas vezes ela presenciou um maltrato, quando uma de minhas primas colocou um bule no fogo e o colocou em minhas mãos para queimar-me. Além disso ela também percebeu que, apesar da pensão de meu pai, eu não tinha sequer roupas íntimas para me vestir, porque toda a minha pensão era gasta indevidamente pelos meus tios, nunca comigo.

Quando eu estava com nove anos, no dia 15 de fevereiro de 1996, minha mãe disputou a minha guarda com a minha avó e diante do juizado eu optei por ficar com ela, na expectativa de ter uma vida um pouco melhor, o que aconteceu por pouco tempo. Passei a viver num ambiente limpo, organizado, eu imaginava até que minha mãe fosse rica ao contrastar com a situação vivida com a minha avó.

Em dado momento, aquela emoção de ver a minha mãe se esforçando para cumprir o seu papel de mãe, reparando os sete anos de negligência, foi superado por um evento que marcou a minha vida para sempre: o meu encontro com Jesus Cristo. A igreja passou a ser o meu melhor ambiente, um lugar que eu amava estar. Ouvir as pregações me marcava muito e eu desejava ler a Bíblia, mas, apesar de ter 10 anos, eu ainda não sabia ler, minha mãe não via a educação escolar como prioridade.

Porém, após 1 ano de convivência com a minha mãe, ela começou a ter quedas espirituais chegando a desviar-se, voltando a se envolver com as práticas erradas de antes e com isso ela contraiu dívidas levando-nos a sucessivos despejos.

Minha mãe passou então a abandonar a mim e à minha irmã várias vezes. Ela sumia, sem dar destino. Daí, nós ficávamos de uma casa a outra de amigos dela e do meu padrasto que nos acolhiam por um tempo. Mas apesar de todas essas turbulências, eu matinha a minha fé firme, inabalável.

Depois de longo tempo morando de casa em casa, fomos realmente morar com a nossa mãe em um lugar bem simples na zona rural chamado Laranjal. Minha mãe novamente voltou para Jesus, e vale a pena dizer que os momentos dela na casa do Senhor eram aqueles onde tínhamos um pouco de tranquilidade.

Nessa nova fase da minha mãe tivemos grandes experiências com Deus. Minha mãe dirigia culto de libertação na igreja que congregávamos no bairro Paraíso, em Queimados, cerca de 8km de distância, que fazíamos a pé, indo e voltando. Nessa época passávamos grandes necessidades, vivíamos da bondade de pessoas. Certa vez estávamos sem nada para comer. De repente, ouvimos alguém vindo assobiando um hino da Harpa Cristã, era o irmão Roberto. Nós não o conhecíamos e nem ele a nós, mas ele disse que estava orando e Deus lhe disse: “Vai até esse lugar, lá tem um casal que tem duas filhas leva uma cesta básica para eles”. E assim ele o fez, não somente aquele dia, mas por muitas vezes.

Outra experiência marcante que tive com ela foi envolvendo a casa onde morávamos. O terreno foi nos doado por um primo nosso, porém sem contrato assinado. Um dia, o primo resolveu pedir a casa em um prazo de uma semana. Naquele dia minha mãe falou com fé que naquela semana o Senhor a daria uma casa. No outro dia, após orar, ela saiu comigo atrás de um antigo patrão. Ela contou a história para ele, e Deus moveu o coração dele que comprou uma casa, onde minha mãe vive até hoje, em um lugar muito melhor.

Meu sonho era poder ler a Bíblia. Fui alfabetizada aos 11 anos e a minha maior alegria era ler as Escrituras. E eu tinha o hábito e até hoje o cultivo, de todos os dias ao meio-dia, entrar para o quarto e ficar horas e horas orando e lendo a Bíblia. No início, eu não entendia nada, mas havia uma sede muito grande dentro de mim. Nessa época eu já era selada no Espírito Santo. Aos 12 anos recebi uma profecia de uma missionária dizendo que a partir daquele dia Deus estava me confiando o dom da Palavra. Eu saí dali tão impactada e me perguntando como seria aquilo, porque, a vida que vivi havia me deixado muito retraída e tímida demais. Falava pouco e “não tinha nome”. Eu era conhecida como “a filha da irmã Tereza”.

Aos 12 anos desci as águas batismais. Aos 13 anos já dirigia consagração, trabalho no lar, evangelismo,... Minha vida era para a obra de Deus. Quanto a minha mãe, nesse tempo, embora fosse uma bênção na igreja, em casa conosco o tratamento era outro. E isso, muitas vezes, me trazia problemas emocionais muito profundos. Eu estava servindo a Deus, mas nutrindo um ódio pela minha mãe desencadeando o retorno aos traumas da infância. Em diversas ocasiões eu era tentada a me sentir vítima, mas Deus sempre enviava pessoas para suprir as ausências, o abandono, a falta de carinho.

familia de carlaDeus através da Palavra foi me mudando. Aprendi com o Espírito Santo que a minha cura estava na minha boca. Eu precisava verbalizar minhas dores, meus traumas, meus sentimentos ruins. E foi isso que fiz! Comecei a orar pedindo para Deus me curar. Eu dizia à Ele que eu não queria mais ser a mesma. Então eu entrei no "divã" com o Grandão (risos), contei para Ele tudo. Não foi fácil! Foi um processo de muitos anos. Quando eu achava que aquilo tinha morrido dentro de mim, os gatilhos da memória eram acionados novamente e aqueles sentimentos voltavam.

Meu esposo que à época era meu namorado sofreu horrores, pois eu projetava nele todas as minhas dores. Havia vezes que eu tinha resistência a ele devido aquilo que havia sofrido na infância. Chegamos a nos separar por um ano. Nesse tempo houve um problema com minha mãe e meu padrasto. Nossa vida ficou de cabeça para baixo novamente. Esse problema levou meu padrasto a sair de casa. Eu tinha 16 anos, minha mãe pegou tudo, largou a casa dela e foi atrás dele e me abandonou mais uma vez. Esse momento da minha vida definiu o que eu escolheria para minha história: Eu repetiria e faria as mesmas escolhas ou faria tudo diferente? Eu decidi fazer diferente! Fiquei morando com alguns vizinhos que eram irmãos muito amigos (o irmão Valter e a irmã Maria José), os quais, por um tempo antes do abandono, já cuidavam de mim, me vestiam, e me calçavam. Minha eterna gratidão a eles! Me acolheram, me ampararam!

Nesse período, diante de possibilidades de abandonar a fé, e tomar decisões que sem dúvida minariam as promessas do Senhor, minha reação foi protagonizar a minha história. Foi o tempo da minha vida que eu mais me dediquei à obra de Deus. Foi nesse período, com 16 anos que fui separada para ser missionária. No meio de um “furacão”, Deus se manifestou selando a chamada Dele na minha vida. Depois de algum tempo fui morar com a minha irmã. Fiquei morando com ela quase um ano. Depois minha mãe retornou para casa dela e eu voltei para ficar morando com ela. Nesse tempo reatei o meu namoro com o Márcio.

Em suma, na minha infância recebi palavras de maldição dizendo que eu seria mulher de bandido, namoraria um e outro, mas, Deus mudou o decreto. Eu namorei, noivei e me casei com o meu primeiro e único namorado, um homem de Deus, trabalhador, um excelente pai. Nesse ano completaremos 15 anos de feliz matrimônio. Temos dois lindos filhos (Deborah e Daniel).

Sobre o ministério, Deus sempre me fez grandes promessas. Desde a infância, vez ou outra Deus sempre levantava alguém para renovar as promessas. Mas eu ainda ficava me perguntando como essas coisas iriam acontecer, pois eu não me achava capaz. Muitas vezes me vitimizava diante de Deus por causa da minha história. Um dia chorando, eu disse para Deus o quanto eu era sofrida, que nem pai eu tinha e que minha mãe nunca atendeu as minhas expectativas. Aquele dia eu me senti no colo de Deus! Eu vislumbrava Deus como um gigante, grandão, e eu e eu tão pequena deitada nos ombros Dele! Aí saiu a frase que todos me conhecem por causa dela: “Grandão”. Quando eu me senti assim no colo de Deus era como se Ele me dissesse: “Eu sou grandão, Eu sou maior do que suas dores, sou maior do que seus traumas”.

Certa vez, Deus me confrontou e me disse: “Você não é vítima, você só esteve na rota do milagre!”. A partir de então nunca mais me vitimizei. As dores e os traumas se tornaram apenas cicatrizes que são um marco de vitória e de superação. Sob a ótica humana eu era um projeto falido, mas a mão do Grandão foi lá no meu ambiente de dor e me ensinou que eu não tenho culpa pelo que vivi, mas que sou responsável pelo que viveria. Aos 26 anos me formei em cabelereira. Tem um ano que terminei meus estudos, o que sempre foi um sonho.

Tenho um ministério muito dinâmico, com histórico de salvação e libertação de almas. Hoje eu posso dizer: “O que era para me matar me fortaleceu”. Não tenho mágoas nem ódio da minha mãe. Na verdade, hoje eu a amo como se nada tivesse acontecido. Eu aprendi sobre as minhas feridas que, ainda que tenham sido causadas por ela, foram o instrumento que o Deus Grandão colocou à minha disposição a fim de que eu me tornasse a protagonista de minha própria vitória. Como disse o salmista, hoje eu posso dizer que: “Foi bom para mim ter sido afligido para que eu aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71).

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Já aconteceu algum milagre de Deus na sua vida? Que tal divulgar nesta seção que se dedica exclusivamente a anunciá-los para a glorificação do nome de Jesus. Envie-nos o seu testemunho (se possível, com foto) por e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. E no assunto não se esqueça de colocar: Testemunho. Aproveite e envie também o seu telefone para entrarmos em contato. Estamos te esperando!  
“Para que todos vejam e saibam e considerem e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso” (Is 41. 20).

*A CPAD não se compromete na publicação de todos os testemunhos. O mesmo será avaliado pela equipe responsável pelo site Mulher Cristã Hoje. A veracidade das informações é de inteira responsabilidade de seu autor.

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