A paz do Senhor amadas. Sou Alessandra Cordeiro, tenho 38 anos, e sou missionária na Igreja Assembleia de Deus Missionária Ele Virá (Admev), localizada na Penha Circular (RJ). Quero compartilhar com vocês o meu testemunho de vida.
Desde pequena eu sofri com humilhação. Aos 10 anos, após a perda do meu irmão Alexandre, que me protegia de tudo na vida, piorou. Eu vivia em um ambiente abusivo onde a violência era a identidade daquele lugar, essa revolta me fez tornar uma moradora de rua.
E como vivi muitos anos nas ruas, aprendi a roubar, experimentar drogas e bebida alcoólica, passei a usar altas quantidades de cocaína e maconha. Quando a situação apertava e eu não tinha como sustentar o vício, eu bebia álcool e cheirava cola-de-sapateiro para ficar drogada. Eu amava viver em riscos, gostava de ficar “surfando” em cima dos trens, e frequentava os bailes das comunidades a fim de usar drogas. Nesta época eu não tinha compromisso com ninguém, até que conheci um homem que, na época eu pensava que era amor. Logo, ele se envolveu no tráfico e foi crescendo neste “mundo”. Quanto mais ele crescia, eu me maravilhava. Até que ele passou a ser procurado pela polícia e já não podia mais dormir em casa, tinha que se esconder, mas eu permanecia na comunidade.
Certa vez, eu estava com uma colega dentro de casa e ouvi um barulho muito alto vindo da rua. Quando olhei pela brecha do meu portão, avistei 20 carros grandes de polícia na minha rua. Impressionada, falei: “Coitado daquele que eles estão procurando”. E, de repente, uma batida bruta no meu portão, até o cachorro, que eu tinha na época, ficou nervoso e ouvi: “Se não abrir e não prender o cachorro, matamos ele”. Eu prendi o cachorro e quando eles entraram, eram tantos que não couberam todos, e me pegaram. Eu tinha 18 anos, não conhecia a Jesus, me desesperei. Nesta época, minha mãe havia se convertido e já orava por mim e para Deus reconstruir nossa família, pois não tínhamos uma boa relação.
Fui encaminhada à delegacia em Bongaba 66º DP(RJ) onde fui interrogada e encaminhada para a Polinter feminina. Ali fiquei passando por torturas quase um ano. Era uma cela apertada e suja. Lembro-me que um dia senti sede e pedi água, eles pegaram a água e jogaram toda em mim, outra vez, pegaram uma raquete elétrica e me encostava! Sentia muita dor, eu não sabia como fugir daquela situação. Uma vez eles me disseram que eu tinha visita, acreditava que era minha mãe, mas não, era uma armadilha deles contra mim, eram repórteres e quando eu vi, tiraram minhas fotos e eu muito abatida, e no outro dia eu era a capa do jornal com a manchete dizendo que eu era traficante. Eu era usuária e tinha todos os meus defeitos, mas não era o que eles colocaram.
Mas foi através do jornal, que minha mãe conseguiu saber onde eu estava. Quando ela chegou à delegacia, o delegado disse para minha mãe que eu não estava lá. Minha mãe questionou pois, o jornal era daquela semana, mas não teve sucesso. E praticamente ele expulsou minha mãe de lá para que ela não soubesse de nada. Toda vez que eles me interrogavam, eu era levada até a delegacia e depois voltava para a Polinter.
Passado uns dias, eles falaram novamente que eu tinha visita. Eu já estava desacreditada, mas vi dois homens e fui até eles. Lembro até hoje que um era de pele branca e outro de pele negra e estavam com ternos bem elegantes. Eu não sabia quem era, mas fui.
“Fomos enviados para te ajudar, Alessandra”, quando ouvi aquelas palavras, eu quase não acreditei. E depois me disseram que conversaria com o delegado para me soltar. Era 23h. Lembro-me que aquela conversa demorou, mas às 23h50, um daqueles homens me falou assim: “Muito prazer, sou seu advogado e o meu nome é Paulo”. E outro disse: “também sou seu advogado e meu nome é Silas” e disseram que eles só sairiam dali comigo.
Hoje, lembro disso chorando, que saí daquela delegacia, exatamente às 23h59 com os advogados e por intervenção divina. Deus enviou dois homens para me salvar daquele lugar, mas a outra parte mais incrível daquela noite, que eu não me esqueço, foi que eles me colocaram dentro de um carro muito luxuoso e me levaram para uma praça no centro de Parada Angélica. Lembro-me que o advogado Paulo me contou que eles haviam recebido ordem para me conduzirem até aquele lugar, e me deram conselhos para mudar de vida. Dois minutos depois, quando olhei para trás, não vi mais o carro nem os homens.
Fiquei sem poder voltar pra casa pois, aqueles policiais queriam tanto pegar aquele que eu namorava, que fiquei durante alguns meses escondida na casa de uma colega. Passei a ir à igreja, mas tempo depois eles mataram o namorado, e assim, surgiu uma revolta em mim e entrei no tráfico no lugar dele e fiquei durante um ano e meio.
Passado esse tempo, voltei a morar com a minha mãe em Brás de Pina (RJ) pois, aqueles policiais queriam a todo custo me matar. Mesmo assim, eu continuava tendo contatos com pessoas do tráfico e usando drogas. Em uma ida ao baile da comunidade Cidade Alta, conheci meu esposo, Marquinhos, e foi amor à primeira vista. Mesmo ele não gostando das amizades que eu tinha, nem de drogas, ele também se interessou por mim. Minha mãe o aceitou muito bem e depois que a mãe dele faleceu, ela passou a tratá-lo com mais carinho materno. Ele se converteu primeiro do que eu e se uniu à minha mãe em oração e começaram a lutar por mim.
Muitas vezes eu o deixava sozinho para me envolver com o tráfico, mas ele não desistia de mim em oração. Até que um dia ele falou se eu não abandonasse aquela vida, ele me deixaria. E eu percebi que Deus o havia colocado no meu caminho para eu conhecer o Amor de Deus.
Aceitei a Jesus na igreja que ele e minha mãe frequentavam, Assembleia de Deus, ministério de Cordovil, na congregação da rua Aricambu. E passei por um processo de libertação de todos os vícios. Depois nos mudamos e fomos morar em frente a nossa atual igreja, Admev na Penha Circular.
Posso dizer que minha vida foi muito difícil, mas Deus me guardou e hoje, pela misericórdia de Deus, sou missionária e pregadora da Palavra, mas antes de tudo, sou uma serva do Deus Altíssimo. E junto com meu esposo fazemos a obra do Senhor em nossa igreja. E hoje conto esse e outros testemunhos que eu tenho, para Glória de Deus e para te dizer que Deus é o mesmo. Ele liberta e transforma, eu sou prova viva!
Envie seu testemunho!
Já aconteceu algum milagre de Deus na sua vida? Que tal divulgar nesta seção que se dedica exclusivamente a anunciá-los para a glorificação do nome de Jesus. Envie-nos o seu testemunho (se possível, com foto) por e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. E no assunto não se esqueça de colocar: Testemunho. Aproveite e envie também o seu telefone para entrarmos em contato. Estamos te esperando! “Para que todos vejam e saibam e considerem e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isso” (Is 41. 20).
*A CPAD não se compromete na publicação de todos os testemunhos. O mesmo será avaliado pela equipe responsável pelo site Mulher Cristã. A veracidade das informações é de inteira responsabilidade de seu autor.