A paz do Senhor a todas! Sou Rosana Cristina Rodrigues de Oliveira, 52 anos e quero contar o meu testemunho. Há 20 anos estive casada, mas depois de tanto sofrer com abusos sexuais, onde todos os dias eu era estuprada, pedi o meu divórcio em 2010.
Neste momento ganhei a minha vida de volta, mas com isso, meus quatro filhos não me apoiaram e se foram sem olhar para trás. Mas sempre eu tive esperança de reconquistá-los.
Duas semanas depois conheci uma mulher de 52 anos, a quem perguntei se queria ser minha amiga, já que nesses 20 anos meu ex-marido não me permitia ter amigas. Ela respondeu que eu poderia ir até a casa dela. Uma semana depois eu estava sentada em seu sofá contando toda a minha história e ela ouviu tudo com atenção.
Mas ela servia ao Candomblé há 40 anos, e me mostrou tudo que ela tinha dentro de casa. Ali ela me fez prometê-la que eu seria gentil a ela, e nunca vacilaria, pois, ela havia me ouvido com muita atenção. Uma semana depois, descobri que ela era lésbica e me envolvi neste relacionamento. E isso durou 10 anos.
Durante esse tempo, tentei me aproximar dos meus quatro filhos e não conseguia. Todas as vezes que voltava da casa deles, vinha em pedaços, e era essa companheira que tentava por longos dias a me ajudar.
Quando trabalhava em um abrigo para crianças na prefeitura de São Gonçalo, vi uma missionária que usava uma blusa onde estava escrito “Débora: mães de joelhos, filhos de pé”, eu fiquei tão curiosa em saber o que significava, que ela me informou tudo sobre esse movimento lindo de mães. Depois disso, eu queria muito aprender a orar, mas como eu era católica de berço e só sabia rezar, pedi a minha amiga Lucilene, que é pedagoga e cristã, para me ensinar. Ela me direcionou ao Projeto MAM (Mulheres Ajudando Mulheres) e procurar a irmã Marta, que também congregava na igreja dela.
Fui pra lá para aprender a orar. Pois eu estava sabendo que meu filho número três, o Otávio Augusto, estava perdido no caminho das drogas e que estava dando muito trabalho ao pai dele e aos irmãos. Cheguei no MAM em junho de 2018 e fui prontamente recebida pela querida irmã Marta em seu gabinete. Ali ela ficou me ouvindo atentamente, transbordando de empatia por quatro longas horas. Disse a ela que era católica convicta, mas que se fosse a algum culto e lá o pastor perguntasse se eu queria aceitar Jesus eu estaria agora disposta a fazer isso já que não me custaria nada. Contei a ela também que gostava de ir a cultos evangélicos, por amar os louvores, mas não gostava da hora do apelo. Aquilo me incomodava e eu me orgulhava em dizer que já havia aceitado Jesus, quando minha mãe me levou para batizar quando ainda era bebê.
E continuamos conversando, e ela, em momento algum, me criticou. Ao contrário, ela ouviu minha história e me acolheu. Depois que terminamos, ela chamou a pastora Jussara para orarmos e a pastora fez o apelo e eu, finalmente, aceitei Jesus como meu único e suficiente Salvador.
Minha vida mudou da água para o vinho, larguei a vida errada que eu tinha no lesbianismo. Meu filho Otávio resolveu se aproximar de mim, pois a família já não estava dando conta dele. Ele ainda levou um ano para vir morar comigo. E foi no auge da pandemia, isolados em casa e eu sem saber o que fazer, passamos a morar juntos e eu administrava os R$660,00 de medicamentos que a clínica da mente em Niterói receitava e sem terapia ou qualquer outro tipo de apoio.
Inclusive, ele tentou me matar uma vez, mas íamos assim convivendo aos trancos e barrancos e eu sem sair da presença do Senhor ia aguentando tudo. Mas ele já estava esquizofrênico, depressivo e um dia, quando entrei em casa, infelizmente, encontrei-o morto, ele havia se suicidado. Eu gritava com ele roxo nos meus braços, mas em todo tempo eu dizia pra mim mesma, que o inimigo não iria me afastar da presença do meu Deus. Eu sabia que Deus estava ao meu lado, chorando junto comigo. Ali eu sabia que Deus tinha um propósito.
Nunca mais consegui entrar naquela casa. Hoje moro em Maricá com meus pais, me batizei nas águas na Igreja Batista Atos 2, em Itapeba, do pastor Vladimir Castro, que é o meu pastor. Deus me deu uma estratégia de evangelização: Todos os dias eu saio entregando bilhetinhos com uma estrofe do louvor “Eu cuido de ti” da dupla Canção e Louvor. Ao abordar as pessoas falo: “Uma mãe quando o filho dela ainda era vivo, e hoje tem 8 meses que ele morreu, ela não conseguiu cantar o louvor “Eu cuido de ti”, da dupla Canção e Louvor para ele. Você poderia fazer um favor pra mim? Se você encontrar um jovem que entenda que a única alternativa para vida dele são as drogas ou o álcool entrega esse bilhete a ele pra mim? Obrigada!” As reações são as mais inusitadas, já teve jovens que disseram “Aí tia, vou dar pra ninguém não, esse é meu!” Eu passei todo o velório e o enterro do meu filho de 22 anos, cantando esse louvor abraçada ao caixão dele e prometi que eu faria de tudo para que outros jovens com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) não passassem pelo que ele passou.
E eu tenho buscado todos os dias a Palavra de Deus. Tenho buscado ficar firme na Rocha e creio que o Espírito Santo de Deus vai me usar para ajudar pessoas, em nome de Jesus. Quero ser conselheira para ajudar dependentes químicos e ser missionária. Pretendo fazer um curso do CVV (Centro de Valorização da Vida) para ser voluntária no combate ao suicídio. Agradeço ao Projeto MAM que me acolheu quando eu mais precisei e é o grande responsável por grande parte disso tudo. Glórias a Deus!