A paz do Senhor, irmãs! Sou Ivana Nayara Alves Silva, tenho 25 anos, sou membra da Igreja Assembleia de Deus em Pernambuco (IEADPE), templo central, presidida pelo pastor Ailton José Alves. Quero contar o meu testemunho para o nome do Senhor ser exaltado. 

Nasci aparentemente “normal”, mas com apenas quatro meses de vida, em junho de 1999, após uma consulta de rotina, veio o diagnóstico: hidrocefalia. Com o diagnóstico vieram as primeiras cirurgias ainda com quatro meses. Durante esse período de internações cheguei a passar 20 dias com a cabeça “aberta” na UTI, o que possibilitou a aparição de um novo problema. Além da hidrocefalia veio a meningite bacteriana. Por causa da meningite, perdi a visão e já não tinha o controle das pernas. 

Aos 3 anos de idade já havia feito 18 cirurgias e o quadro traçado pelos médicos era de total desesperança: “Se ela sobreviver, vai viver vegetando em cima de uma cama”. Nessa época era muito difícil para os meus pais, porque mesmo sem enxergar e sem poder andar eu pedia para que as luzes do quarto fossem acesas (detalhe, o quarto estava completamente claro. Porém, eu não enxergava). E mesmo diante desse cenário desanimador, eu cantava e orava, era assim que o Senhor apresentava seu cuidado e fidelidade através dos detalhes, tanto para meus pais, como para os demais acompanhantes de crianças presentes na enfermaria da UTI.

Minha cabeça não parava de crescer, chegando a crescer 1cm por dia. Mas, mesmo diante do cenário desanimador, minha mãe Luciana Enedina Alves Silva teve fé o suficiente para fazer uma das orações mais difíceis, quando eu saí da cirurgia ainda entubada, ela se ajoelhou em um banheiro de hospital e disse: “Deus, a menina é tua, se quiser pode levar”. Nessa época era impossível crer em uma mudança de cenário, afinal eu tinha apenas 3 anos e as circunstâncias eram completamente contrárias ao milagre. Mas, o nosso Deus é especialista em contrariar a medicina.

E ao sair daquele banheiro ela foi até perto de mim e começou a chorar. Eu tornei do coma e comecei a cantar. Porém, chegou outra criança passando mal e, rapidamente, pediram para que minha mãe saísse da UTI. Do lado de fora ela começou me ouvir gritando. Minha mãe insistiu para que o segurança a deixasse entrar, só que não teve sucesso. 

De repente, o médico que havia realizado minha última cirurgia abre a porta chorando e nervoso pedindo para minha mãe entrar. Quando ela entra na UTI todos estão chorando em silêncio. Então o médico diz: “Mãe, a sua filha não é desse mundo. Àquela criança chegou aqui passando mal, os pais discutindo e a sua filha começou a chamar por JESUS. Ela pediu que Jesus viesse aqui. A menina que chegou passando mal, agora está bem e dormindo. Os pais estão ali abraçados chorando e pedindo perdão. Isso não é normal, sua filha não é desse mundo”. Minha mãe, com muita calma, disse a ele que nós não somos daqui, estamos aqui apenas de passagem. Viemos do céu e voltaremos para lá. Glórias a Deus! 

Aos 11 anos, eu já havia realizado 22 cirurgias. E em julho de 2011, aos 12 anos, recebi uma mensagem da parte de Deus de que seria necessário passar pelas mãos dos médicos mais uma vez. Novamente Deus iria comigo. Uma semana depois comecei a sentir muitas dores de cabeça, rapidamente, meus pais me levaram ao hospital que aceitava o plano de saúde: Santa Casa de Maceió. Após 24h de observação foi constatado que seria necessário passar novamente pela cirurgia, pois eu havia crescido e a ligação entre as duas válvulas havia ficado pequena.

A partir daí, foi iniciada uma corrida contra o relógio e um “teste de fé”, pois, ao ser identificada a necessidade da cirurgia, três coisas aconteceram ao mesmo tempo:
1. O plano de saúde negou a autorização para que a cirurgia fosse realizada.
2. O médico responsável (que realizou todas as cirurgias desde a descoberta da hidrocefalia) começou a cobrar insistentemente para que a cirurgia fosse feita o quanto antes.
3. Eu havia entrado em coma.

Nesse momento houve uma grande mobilização espiritual, onde meus pais ligaram para pastores e dirigentes de círculo de oração, pedindo para que me apresentassem em um clamor ao nosso Deus. Então como algo que só podemos descrever como uma ação Divina, eu tornei do coma e fiz uma oração. Nessa oração, meus pais contam que eu pedi a Deus que abençoasse as mãos dos médicos e da equipe, que tudo fosse feito para glória do nome dEle e encerrei a oração pedindo para que fosse tirado todo e qualquer impedimento. Após orar, novamente entrei em coma. 

Por um momento, meus pais acharam que aquela oração seria minha “despedida”. Mas, poucos minutos depois, o médico responsável entrou e disse que não sabe explicar como, mas o plano havia liberado a cirurgia.

Foram três cirurgias no mesmo ano, uma para colocar a válvula, outra para colocar o cateter (pois, não tinha como drenar o líquido da cabeça sem o cateter) e outra para verificação da válvula e do cateter, assim completei as 25 cirurgias. E hoje, contrariando as expectativas médicas posso dizer que nosso Deus nos surpreende com infinitamente mais e que só Ele é capaz de realizar. Tudo foi restaurado, a visão, a mobilidade das pernas e a saúde (pois, em alguns casos de pacientes com hidrocefalia se faz necessário o uso de medicação por tempo indeterminado). 

Hoje vivemos para contar o que Deus fez. Por ele fui presenteada com a finalização dos meus estudos e trabalho em um hospital como psicóloga. E hoje posso contar as bençãos que Ele realiza e dizer que Deus pode até não nos livrar do processo, mas está ao nosso lado nos lembrando constantemente do propósito.

Fotos: CPAD/Berg Alves e Cedida 

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