O mundo está confuso, sem paradigmas e sem referenciais, sem firmeza e sem determinação. O medo e o terror têm tomado conta das pessoas e realmente há uma inquietação latente nos comportamentos. Além do mais há uma avalanche de transtornos emocionais sem precedência, levando as pessoas à exaustão e muitas têm perdido a motivação para viver, pois não têm expectativa de futuro.
Acho perscrutador quando o profeta Jeremias narra o contexto social onde ele estava inserido e seu sofrimento e dor que sentia pelo povo. Jeremias era um profeta empático, mas chegou um momento que, apesar de sua dor e sofrimento – pois ele nunca disfarçou as suas angústias –, Jeremias dá uma parada em meio ao caos e ruínas do templo edificado por Salomão. Chorou e se lamentou, mas tudo mudou quando ele pensou nas “misericórdias do Senhor que são a causa de não sermos consumidos”. Ele ressignificou e disse: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. (Lamentações 3:21).
É em um contexto semelhante que muitas de nós estamos inseridas e precisamos acolher, sermos empáticas com essas pessoas, a fim de que achem sentido para suas vidas. Para tal tempo Deus nos chamou como instrumentos de paz e como influenciadoras do bem e não do mal.
Quando lemos a saga da rainha Ester e como Mardoqueu a influenciou, a esperança que Deus pode nos usar para influenciarmos nossa geração cresce dentro de nós. Mardoqueu nos deixa um exemplo de como podemos influenciar com nossa postura. De fato, é muito interessante como alguém pode ser influenciador do bem sem ser fingindo, ao contrário, sendo verdadeiro, sem negociar seus valores morais e espirituais.
Ester também foi exemplo de influência. Quando chegou a vez de Ester influenciar seu povo, antes de tomar a decisão, Mardoqueu a advertiu: “Se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha” (Ester 4.12).
Ao ouvir essas palavras, Ester tomou a atitude de influenciadora e manda a resposta a Mardoqueu: “Vá reunir todos os judeus que estão em Susã, e jejuem em meu favor. Não comam nem bebam durante três dias e três noites. Eu e minhas criadas jejuaremos com vocês. Depois disso, irei ao rei, ainda que seja contra a lei. Se eu tiver que morrer, morrerei” (Ester 4.16). Como então ser uma influenciadora do bem?
1. Desenvolva uma habilidade na comunicação. Débora influenciou Baraque a ir à luta (Juízes 4.1,6).
2. Ser decidida e saber a hora que deve agir. (Ester 4.16-17)
3. Criatividade - Os espias de Jericó foram criativos e salvaram sua nação (Josué 2.10-19)
4. Ser otimista - Calebe disse ao povo: “Se agradarmos ao Senhor, ele nos dará a terra, subamos animosamente!” (Nm 14.8). Jael foi criativa quando recebeu em sua casa o inimigo.
5. Ter habilidade para aconselhar. A mulher pacífica e fiel de Israel influenciou a Joabe a não destruir sua cidade (1 Samuel 20).
Poderíamos seguir mencionando as habilidades de influenciadores, mas peço a Deus que você e eu sintamos a necessidade de não sermos apenas influenciadoras, como está em voga nas mídias sociais e outros meios, mas que tenhamos uma fé viva, que influencie gerações como Lóide que influenciou a Eunice, e Eunice que, por sua vez, influenciou a Timóteo a ter um fé verdadeira, uma fé não fingida (2 Timóteo 1.5).
Que este seja o nosso desejo sermos influenciadoras do bem!
Meu abraço
Judite Alves
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